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quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Pandemia, Ansiedade & Depressão

Além da saúde física, bastante atingida no período da pandemia mundial de Covid-19 (Coronavírus), a saúde mental das pessoas também restou severamente afetada: estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, no primeiro ano do estado de emergência de saúde pública, houve um aumento de 25% (vinte e cinco por cento) nos quadros de ansiedade e depressão em nível global.

Ainda conforme pesquisas da OMS, pelo menos 1 BILHÃO de pessoas no planeta convivem com algum tipo de transtorno mental e/ou comportamental. Embora o assunto ainda seja tabu e cercado de preconceitos (há quem associe o tema unicamente à internamento em instituições psiquiátricas), a realidade é que a grande maioria das pessoas com questões emocionais a serem trabalhadas não tem sequer consciência de que necessita de apoio/ suporte psicológico.

Outro dado assustador é de que pessoas com condições severas de saúde mental morrem em média de 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral, principalmente devido a doenças físicas evitáveis. (ONU News Perspectiva Global Reportagens Humanas) - clique no link para ler o artigo.

Trata-se de temática relevante e urgente, uma vez que esse significativo acréscimo nos casos acende um alerta para a necessidade de atenção à saúde mental da população, impactada especialmente pelos fatores de estresse decorrentes do distanciamento/ isolamento social havido nos primeiros meses, em que as dúvidas sobre o futuro da humanidade assolavam de forma incessante os pensamentos dos indivíduos.

A falta de proximidade/ convívio presencial com outras pessoas, o trabalho (ou falta de) em home office e o fechamento/ restrições impostas ao comércio e locais de lazer, para citar alguns exemplos, fez com que os seres humanos atingissem um nível de vazio e solidão muito altos. Soma-se a isso os sentimentos de medo/ pavor de se infectar com a doença e o sofrimento pela perda de familiares e amigos pela Covid-19. Nos tempos recentes, a humanidade nunca se sentiu tão só e desesperançada. 

O que se sabe ao certo é que a pandemia de Covid-19 descortinou uma realidade não percebida por muitos: a saúde mental sempre foi negligenciada pelos governantes, que não disponibilizam os recursos financeiros necessários para cuidar da população que sofre com algum tipo de transtorno - número este que vem aumentando de forma substancial desde fevereiro de 2020. 

Conforme informativo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)escritório regional da Organização Mundial da Saúde para as Américas que trabalha com os países para melhorar a saúde e a qualidade de vida de suas populações - os determinantes da saúde mental e transtornos mentais incluem não apenas atributos individuais, como a capacidade de administrar os pensamentos, as emoções, os comportamentos e as interações com os outros, mas também os fatores sociais, culturais, econômicos, políticos e ambientais, como as políticas nacionais, a proteção social, padrões de vida, as condições de trabalho e o apoio comunitário. Estresse, genética, nutrição, infecções perinatais e exposição a perigos ambientais também são fatores que contribuem para os transtornos mentais.

Sempre importante lembrar que, de acordo com a OMS, a saúde é um “estado de bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou de enfermidade”. Ademais, existem outras dimensões relacionadas, como o bem-estar intelectual, espiritual, ambiental, financeiro e ocupacional. 

Há de se investir na saúde das pessoas, oferecendo cuidados efetivos e acessíveis a todos, pois isso influencia diretamente no bem-estar emocional, busca de propósito e qualidade de vida que elas (e suas relações familiares) terão. Para o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, “investir na saúde mental é investir em vida e futuro melhor para todos”. Segundo ele, a conexão entre saúde pública, direitos humanos e desenvolvimento socioeconômico significa que mudanças nas práticas para saúde mental podem contribuir com benefícios substanciais para a sociedade.

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