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sexta-feira, 10 de junho de 2022

Assistência à Saúde: Humanização das Relações

A assistência à saúde vem experimentando importantes e substanciais mudanças nos últimos anos. Passou-se a verificar que a comunicação, informação e humanização das relações entre profissional e paciente possui estrita ligação com a maior adesão ao tratamento, em razão do estabelecimento de confiança e rapport.

Conforme a literatura médica, os modelos de assistência são divididos em: biomédico (a doença é tratada como uma relação causa-efeito, o corpo é visto como uma máquina), paternalista (o paciente não recebe muitas informações, é totalmente dependente do profissional que o atende), informativo (o profissional repassa informações ao paciente, mas nem sempre existe um diálogo) e comunicacional (em que o paciente é tratado em todas as suas dimensões – biopsicossocial). Muito embora o modelo biomédico ainda seja o mais utilizado em nosso sistema de saúde, o comunicacional, que avalia o paciente em uma visão holística e do qual participa efetivamente do processo diagnóstico e de cura, vem conquistando seu espaço.

A realidade tem mostrado que a criação e manutenção de vínculo entre o profissional da área da saúde com o paciente permite uma maior interação, dada a relação de confiança que se estabelece. Assim, o paciente poderá fornecer informações valiosas acerca da realidade que o cerca, seu comportamento, modo de vida e experiências que teve, as quais poderão ser fundamentais não apenas para compreender a origem da doença como também para escolher, em conjunto com o profissional da saúde, qual a melhor opção de tratamento para o seu caso, dentre as possibilidades que se apresentam, levando em conta suas características pessoais.

Em linhas gerais, a Psicologia da Saúde visa a promoção e manutenção da saúde, bem como a prevenção e tratamento de doenças. Busca entender como os fatores biológicos, comportamentais e sociais influenciam sobre a manutenção da saúde e desenvolvimento de doenças, por meio da análise de sua subjetividade, ou seja, do modo de vida do indivíduo e sua relação consigo mesmo, com os outros e com o mundo. Sua atuação mostra-se de fundamental importância em hospitais, clínicas e universidades, para operar nos complexos processos doença-internação-tratamento e na dinâmica enfermo-família-equipe de saúde. Ademais, há de se averiguar diversos aspectos envolvidos no caso (sentimentos, desejos, fantasias, pensamentos, sonhos e conflitos) que podem ter causado a patologia, desencadeado a doença, agravado o quadro clínico, mantido a situação de adoecimento ou ser consequência da patologia.

A humanização nos serviços de saúde faz com que o paciente seja visto (e tratado) como um sujeito ativo na relação, e demanda o desenvolvimento de habilidades importantes como a sensibilidade, empatia, solidariedade e acolhimento por parte do profissional. Esta prática diferenciada, que consiste no diálogo em linguagem acessível, de modo a que o paciente compreenda, reflita e pondere em conjunto com o profissional que está lhe atendendo, visando o restabelecimento de sua saúde, certamente trará uma melhoria na qualidade dos serviços prestados.

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